Novo Albergue de Peregrinos no Caminho Português

abril 12, 2015

Com grande alegria recebemos a notícia de que o albergue de peregrinos de Albergaria-a-Velha, cujas obras de reforma começaram em 2014, foi inaugurado no dia 1o de abril – o agradecimento pela notícia vai para o leitor e amigo peregrino Jose Pimenta, que nos avisou em um comentário.

O novo albergue tem o nome da Rainha D. Teresa, uma homenagem à fundadora de Albergaria-a-Velha, no século XII. O refúgio é administrado pela associação de peregrinos do Caminho de Portugal, a Via Lusitana. A notícia por parte deles pode ser lida aqui. A reportagem sobre o dia da inauguração do albergue, feita pela TV Ribeirinhas, pode ser vista aqui. Outro endereço útil é a página do Facebook do próprio albergue, com as informações precisas de localização e horários. Veja aqui.

Aproveitamos para colocar um link de uma lista atualizada de alternativas de refúgio no Caminho Português, considerando que desde 2009, quando fizemos e relatamos nossa jornada, muitos albergues foram inaugurados. Veja aqui.

No mais, parabéns pela iniciativa e muito sucesso ao novo albergue do Caminho! Ultreya e Suseya!


Caminho Português – 24a Jornada: Valença do Minho a O Porriño

dezembro 7, 2009

… e o Caminho dá seus últimos passos em terras lusas. Senti um grande aperto no coração, devo admitir, pois já estava acostumado com o ritmo português, e sabia que isso iria mudar, pois a partir de Tuí a peregrinação toma um estilo diferente, imposto pela valorização do caminho feito pela Xunta de Galícia. Nada contra, mas é diferente do caminho em Portugal.

Saímos do albergue, e ao invés de seguirmos as flechas e caminhar pela avenida dos bombeiros, simplesmente a atravessamos e subimos em direção à fortaleza. Oras, muito provavelmente o caminho seguia por ali, e não pela avenida. Por quê evitar as muralhas? Vimos um lindíssimo alvorecer, do alto das muralhas, a iluminar o rio Minho, fronteira natural entre Portugal e Espanha, com Tuí ao fundo, como se vigiando a fronteira, seu trabalho há séculos.

Von Caminho de Santiago Português 2009

Depois de atravessar a ponte internacional do Minho (antigamente a travessia era por barco) chega-se no casco antigo de Tuí, de ruelas estreitas e ambiente ainda medieval. A catedral lembra uma fortaleza, algo do gênero da igreja de Portomarin. A visita é obrigatória. Seguimos pelas ruelas, até sair da parte antiga. Passamos por mais uma ponte medieval, da Veiga, mas não a atravessamos. Em seguida, uma capelinha, e atrás dela um trecho de asfalto. O caminho segue pela estrada, a beira de uma floresta. Eventualmente entramos nela e chegamos num ponto famoso, a ponte das Febres, onde San Telmo adoeceu quando ia a Santiago (está enterrado na catedral de Tuí). Excelente ponto de descanso. Aliás, é um dos poucos pontos verdes desta etapa.

Von Caminho de Santiago Português 2009

Passamos por Ribadelouro, onde há diversos cruzeiros para a romaria de Magdalena. Há também os restos de uma ponte medieval. Em seguida, talvez o pior trecho possível para o caminhante. Longos 6 km através de um polígono industrial, que parece interminável. O próprio povoado de O Porriño não é lá muito simpático, pois está esprimido pelas indústrias e rodovias. O albergue fica à esquerda do caminho, atravessando a linha férrea e o rio Louro.

Von Caminho de Santiago Português 2009

Tivemos aqui nosso pior momento, pois nos foi furtado nosso aparelho de GPS dentro do próprio albergue. Fizemos um boletim de ocorrência na polícia, que não pareceu se importar muito. O albergue é muito bem montado, mas não havia hospitaleiro ali, o que deixa todos os peregrinos à mercê de ladrões. Lamentável. Hoje eu aconselharia ao peregrino ir até Mos, uns 8 km à frente, cujo albergue é mais simpático e é cuidado pelos moradores do pequeno povoado.


Caminho Português – 23a Jornada: Rubiães a Valença do Minho

dezembro 3, 2009

Esta etapa é relativamente curta, de uns 18 km, com uma subida logo depois de Rubiães, e em seguida, só descenso. Indicamos aqui como parada final a cidade de Valença do Minho, apesar dos guias e muitos peregrinos seguirem adiante alguns quilômetros para já entrar na Espanha e ficar em Tuí. Creio que vale a pena a parada em Valença. Em primeiro lugar, como forma de despedida de tantos dias e quilômetros em terras lusitanas, de tão boa acolhida. Segundo, há um albergue perto de divino, terceiro, há uma cidadela medieval em excelentes condições em plena vida, e quarto, o albergue de Tuí tem maior probabilidade de estar mais cheio, já que muitos começam o caminho português ali.

Von Caminho de Santiago Português 2009

Mas vamos ao que interessa: ao sair do refúgio pela estrada, logo fazemos um desvio à esquerda para entrar em campos de cultivo. Interessante é que recentemente (creio) a trilha entre os campos foi reformada, e parece muito uma estrada romana, de paralelepídos. Pelo que li em um guia antigo, a trilha tinha grande probabilidade de estar alagada pela proximidade de um rio. Enfim, a estrada rural dá na ponte de Peorado, romana, na foto acima – desculpem pela ruindade da foto, mas a ponte está devidamente escondida pelas árvores. Logo depois da ponte está o café-bar-mercado, que serve muito bem para o pequeno almoço, caso você nao tenha aproveitado a cozinha do albergue. E caso você precise de mantimentos, é ali que você consegue algo (mesmo para o jantar da noite anterior, pois está a 1 km do refúgio). O caminho segue igual, pela antiga rota romana até São Bento da Porta Aberta, passando pelo povoado de Pecene, onde há a capela da Sra. do Alívio.

Von Caminho de Santiago Português 2009

Na frente da Igreja de São Bento há mais um bar perfeito para um descanso. O caminho segue ao lado da Igreja e descemos por uma trilha florestal. Passamos por ali num domingo, e curiosamente, fizemos nossa descida ao som da missa de domingo, que ecoava no vale, vindo dos altos-falantes da igreja de Fontoura, um pouco à frente. Essa igreja fica no meio do campo, e se a vê de longe. Mas ao caminho está a Capela do Senhor dos Aflitos, em cujo jardim encontra-se uma homenagem a um peregrino ilustre do Caminho Português. Atrás da capela há ainda um cruzeiro antigo de Santiago. Estamos na rota certa.

Von Caminho de Santiago Português 2009

O caminho segue tranquilo por trechos florestais, campos e eventualmente mais uma ponte romana-medieval, mais discreta, em Pedreira. Quando chega uma estrada, sabemos que Valença está logo ali. O bom da etapa – árvores, campos, sombra – acaba aqui, e o final é todo sob asfalto, num calor de rachar. Não há perigo de se perder aqui, está tudo bem sinalizado, e o peregrino atravessa todo o bairro de Arão, passando por duas capelinhas. Só convém ter mais atenção depois de atravessar a ferrovia. Há de se seguir à direita, e depois à esquerda antes do viaduto da mesma ferrovia. As flechas levam o peregrino direto para Tuí, sem passar pela cidadela – um sacrilégio, na minha opinião. Portanto, se você quiser ficar no último albergue português, você deve virar à esquerda na avenida dos Bombeiros, caminhando ao lado das muralhas da fortaleza, até chegar no albergue.

Von Caminho de Santiago Português 2009

Normas do Albergue de Peregrinos de Ponte de Lima

julho 29, 2009

Uma nota diretamente do e-groups do Caminho Português (http://br.groups.yahoo.com/group/caminho-portugues/). Tudo normal quanto às normas de chegada – uma norma tácita em todos os albergues e refúgios – mas acho curioso a “tabela de preços” para cada “tipo” de peregrino…

“ALBERGUE DE PEREGRINOS DE PONTE DE LIMA

CASA DO ARNADO – ALÉM DA PONTE – ARCOZELO

Aberto a todas as pessoas que se dirigem em peregrinação a Santiago de Compostela ou a Fátima.

Capacidade
30 camas
20 Colchonetes

Horários
Abertura é às 17h00.
Encerramento às 22h00; as luzes às 23H00.
Os Peregrinos deverão abandonar as instalações até às 9h00 da manhã.

Serviços
1. Recepção
2. Cozinha
3. Sala de Refeições
4. Lavandaria
5. Sala de Estar/Convívio
6. Instalações sanitárias com água quente
7. Dormitórios
8. Acesso gratuito à Internet

Prioridades
A ordem de prioridades no acesso ao Albergue de Peregrinos de Ponte de Lima é a seguinte:
1. Os Peregrinos a pé com mochila ou com limitação física;
2. Os Peregrinos a pé sem mochila;
3. Os Peregrinos a cavalo;
4. Os Peregrinos de bicicleta;
5. Os Peregrinos que iniciem a sua peregrinação em Ponte de Lima;
6. As pessoas que viagem em carros de apoio.

Acesso
Os lugares serão ocupados por ordem de chegada dos Peregrinos ao Albergue;
Não é admitida, em caso algum, a possibilidade de efectuar reservas prévias.
Os Peregrinos com carro de apoio e os grupos organizados com mais de 10 pessoas deverão procurar alojamento alternativo de maneira a não prejudicar o normal funcionamento e originar uma sobrelotação do espaço.
Os Peregrinos a cavalo devem garantir, fora do Albergue de Peregrinos, as condições necessárias para alojamento e alimentação da respectiva montada.

Tarifas de Ocupação
1. Os Peregrinos a pé com mochila ou com limitação física – 3,00€.
2. Os Peregrinos a pé sem mochila – 3,00€.
3. Os Peregrinos a cavalo – 5,00€.
4. Os Peregrinos de bicicleta – 5,00€.
5. As pessoas que viagem em carros de apoio – 12,00€.
6. Os Peregrinos que iniciem a peregrinação em Ponte de Lima – 12,00€.”